terça-feira, 30 de março de 2010

Alcácer do Sal


Durante muitos anos as minhas viagens do Algarve para Lisboa e vice versa, tinham paragem obrigatória em Alcácer do Sal para comprar pinhoadas, e aproveitar a fantástica vista que esta cidade com o seu castelo a olhar o Sado nos oferece.
Depois com a chegada da autoestrada a cidade e o seu castelo ficou mais longe.



Desta vez, no regresso ao Algarve eu e a R. em vez de uma paragem numa qualquer área de serviço fria, cara e impessoal, resolvemos sair em Alcácer do Sal para lanchar e subir ao Castelo, foi lá que descobrimos a Pousada D. Afonso II.



É neste castelo com 5000 anos de história, que depois de deixar a sua vocação militar passou a acolher um Convento de Carmelitas Aracelli, se instalou mais umas das Pousadas Históricas de Portugal, cuja autoria de adaptação é do Arquitecto Diogo Lino de Pimentel.



Foi no Claustro que lanchámos, segundo a R., uma das melhores torradas que alguma vez comeu, claro, era verdadeiro pão alentejano acompanhado por um chá e café. A conta, podem acreditar, foi uma verdadeira surpresa tendo em conta a qualidade do que se consumiu e do serviço. Foi uma pechincha comparado com o que habitualmente se paga nessas áreas de serviço impessoais espalhadas autoestrada fora.



O sossego a decoração e a maravilhosa vista que se alcança das suas janelas, são um verdadeiro convite a uma estadia.


Também aqui a arte tem lugar.



Não sei a quem pertence autoria das esculturas, mas acho-as interessantes e posso dizer-lhes que se encontram no acesso à Piscina da Pousada.


Com esta paragem sentimos-nos em férias, por momentos esquecemos-nos que estávamos em trânsito de regresso a casa.



Apeteceu-me mesmo ficar por lá.



Um local extraordinário para descansar.

domingo, 28 de março de 2010

Joana Vasconcelos II


Contaminação é o nome desta imensa peça da Joana Vasconcelos.



São metros e metros de tecidos com várias cores e texturas interligados entre si com aplicações várias desde botões a lantejoulas...


São rosetas em croché multicolores, são naperons, são lãs tricotadas de formas e cores várias...



Metros de rendas, fitas, folhos, galões ....



Formas estranhas de tamanhos XXL, que nos fazem lembrar coisas várias, tantas quantas a nossa imaginação queira....



Anémonas ? polvos? corais?



tentáculos? arlequins?



Cor, vida, movimento, alegria, natureza.....



Algodão , nylon, lã, linha, tafetá, cetim....



Eu estive lá!


Grande, enorme, escala, XXL, fantástico, soberbo, lindo, inusitado....



Tanto para dizer de uma peça FANTÁSTICA!

sexta-feira, 26 de março de 2010

Joana Vasconcelos


Há muito que acompanho o percurso da Joana Vasconcelos acho fabulosas a maioria das suas criações, digo maioria porque também tem peças com as quais não me identifico.
Nestas coisas da arte sou muito intuitiva, gosto ou não gosto, nada tem a ver com o rigor técnico pois sobre esse não tenho conhecimentos suficientes para opinar, mas com concepção estética acho que posso e devo opinar, defendo que gostos não se discutem.



Nesta exposição no CCB estão lá expostas duas das suas criações mais emblemáticas.

Os gigantescos "Corações Independentes" criados com talheres de plástico coloridos ( vermelho, laranja e preto) que nos seus 3,70m nos levam até ao mundo da Filigrana Portuguesa, nos recordam a Grande Amália e apelam à nossa Portugalidade.
São Fantásticos, um verdadeiro trabalho de joalharia .



Outra das peças da Joana que me fascina é a NOIVA

Noiva
, obra emblemática de Joana Vasconcelos, é um lustre com 4,7 metros de altura e 2,20 metro na sua largura máxima, feito com 14 mil tampões. A obra assenta na fusão de dois símbolos de ostentação burguesa: o lustre e a noiva – «a mulher transformada em bibelot», esclarece a artista.
Os tampões apelam à «decadência do conceito de perfeição imaculada do branco; apontam a hipocrisia da imagem da noiva pura», no entender de Joana Vasconcelos.




Nos próximos posts continuarei a mostrar imagens desta exposição.

A Júlia e a Jovévinha


Depois da Beatriz chegou a vez da Júlia me presentear com duas fotos fantásticas onde aparece usando uma das minhas criações.
Digam lá que a Júlia não está Fantástica e Linda.



Obrigada pelo presente.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Sant'ana


Passeava eu pelas ruas da Ajuda enquanto a R. estava em aulas na Restart quando me vi frente a frente à mais antiga fábrica de azulejos portuguesa, a Fábrica de Cerâmica Artística Sant'Ana.




Há muitos anos tinha aqui estado quando o V. precisou de mandar fazer uns azulejos para aplicar num dos edifícios que ele projectou. Já não me lembrava nada do sítio, daí que tenha ficado surpreendida quando a reencontrei.




Sei que a azulejaria portuguesa há muito teve os seus dias áureos, contudo senti uma enorme tristeza ao ver este espaço, donde saíram e continuam a sair enormes obras de arte, neste estado de degradação.



A loja, onde não fui autorizada a fotografar, está em muito mau estado de conservação, a iluminação é fraca e muitos dos artigos estão expostos no chão falta-lhe expositores que valorizem as peças produzidas na fábrica.



Como podem ver pelas fotos as paredes precisam de conservação e as ervas precisavam de ser arrancadas para dar a este espaço a dignidade que ele merece.



Todos estes painéis que servem de mostruário irão desaparecer se não for feita uma rápida intervenção a este espaço.




Muitos são os turistas que visitam Lisboa e se deslumbram com a nossa azulejaria, acredito que ficariam fascinados se visitassem a fábrica onde eles foram e são fabricados. A fábrica tem um site na net que lhe serve de promoção mas quem a for visitar ficará desiludido ao verificar in loco as condições da mesma.
Penso que todo este espaço merecia ser repensado e revalorizado e até servir de espaço museológico a fim de perpetuar esta tão nobre arte.



Se não for feita a reabilitação deste espaço temo que os imensos painéis que aqui se encontram acabem como este monte de entulho, e se percam as matrizes de muitos dos azulejos que aqui se fabricaram ao longo de quase 300 anos.



Este dois últimos painéis têm exemplos de azulejos que me trazem imensas lembranças. Uns porque estavam em cozinhas que frequentei na infância outros porque servem de lambri da entrada exterior de uma das mais bonitas casas da cidade de Faro e felizmente muito bem preservados pelos seu proprietários por sinal grandes amigos nossos.

O azulejo das sardinhas na grelha acho-o fabuloso.


Estes com motivos infantis e circenses são deliciosos não acham?


sábado, 20 de março de 2010

Vintage



O que são artigos vintage? Segundo a wikipédia vintage são artigos criados nos anos 20,30 até aos anos 60. Hoje o termo vintage está banalizado, a qualquer réplica de artigos concebidos nessas épocas acabamos por lhes chamar erradamente vintage, disso é exemplo estes individuais criados a partir da publicidade aos cereais da Kellogs criada anos 50.




À excepção do lava-loiças e do pavimento toda a estrutura desta cozinha é genuinamente vintage, nem uma rotura de canos me obrigou a alterá-la, canos exteriores em Inox resolveram o problema e acabaram por ter dupla função, cano e suporte de uma quantidade de utensílios obrigatórios às práticas culinárias.O velho fogão Junex, herdado da antiga proprietária também é uma genuína peça vintage e funciona lindamente.




Ao criar mais espaço de arrumação tentei não adulterar muito as características originais desta cozinha daí que tenha optado por esta estante para servir de dispenseiro. A balança é mais um artigo genuinamente vintage.




Não pude deixar de fotografar estes fabulosos utensílios de cozinha, totalmente feitos à mão pelo antigo proprietário desta casa situada nas margens do Tejo e que tem servido de abrigo aos meus filhotes enquanto estudantes na capital.




Réplicas de antigas latas guardam chás, biscoitos, bolachas, etc. e digam lá se o meu taleigo que guarda o pão não fica cá bem?

terça-feira, 16 de março de 2010

Mantas de Minde


O inverno tem sido super rigoroso, muita chuva e muito frio, enquanto o sol não aquecer em força as casa continuarão frias e húmidas.
Há muito que nos habituámos aos edredons, as mantas foram relegadas para as velhas arcas das tias e das avós, situação que em muito contribuiu para o encerramento das nossas excelentes fábricas artesanais, onde estas eram confeccionadas em velhos teares com excelentes lãs e com padrões muito característicos. Um exemplo que ainda resiste graças empenhamento do Sr. Elias Raposo, segundo apurei, são as Mantas de Minde que aqui hoje mostro um exemplo.


Estou fora do ninho a 300km de casa a dar colinho à R., ontem à noite o serão foi preenchido a ver " The day after tomorrow ",não sei se por sugestão provocada pelo filme, que diga-se não achei nada de especial, se por estar mesmo muito frio, não consegui adormecer sem antes ir à arca buscar a manta de Minde que lá aguardava para me aquecer.



Tenho dois exemplares destas mantas, oferecidas por quem delas não gostava e não sabia o que lhes fazer. Provavelmente tê-las-ei salvo de morte certa.
Há muito que as aprecio, acho que podem ser utilizadas de todas as maneiras, como tapetes, como cortinas, como colchas, em ambientes rústicos ficam lindamente e claro como manta é essa a sua função e foi essa função que me proporcionou uma noite de sono bem aconchegada.